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Taxistas anunciam greve nacional de três dias em protesto contra aumento do gasóleo

As principais associações e cooperativas de taxistas de Angola anunciaram uma paralisação nacional de três dias, entre os dias 28 e 30 deste mês, em protesto contra o aumento do preço do gasóleo e o agravamento dos custos operacionais da actividade.

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A decisão, que abrange sete províncias incluindo Luanda, Benguela, Huíla, Huambo, Bié, Bengo e Icolo e Bengo foi comunicada por Rafael Inácio, presidente da Cooperativa de Táxis Comunitários de Angola, à agência Lusa. A medida visa pressionar o Governo a recuar no recente ajustamento do preço do combustível, que passou de 300 para 400 kwanzas por litro no início de Julho, no âmbito da política de redução dos subsídios estatais.

De acordo com os organizadores, a greve conta com a adesão de mais de 60 mil taxistas e é promovida pelas associações ANATA, ATA, CTMF, ATLA, CTCS, 2PN e AB-TAXI. Para além do aumento do combustível, os motoristas protestam ainda contra a subida acentuada dos preços das peças de manutenção, a falta de regulamentação da actividade e a ausência de diálogo entre o Executivo e os representantes do sector.

“Esta paralisação pretende chamar a atenção do Governo para o impacto negativo das decisões tomadas sem auscultação dos profissionais do sector”, declarou Rafael Inácio, sublinhando que os custos operacionais triplicaram. “Um pneu que custava 35 mil kwanzas agora custa 105 mil. Não é sustentável”.

Os taxistas manifestam igualmente descontentamento com a remoção de paragens de embarque e desembarque, alegadamente sem aviso prévio por parte das administrações municipais e da Polícia Nacional, e exigem o reconhecimento da profissão, incluindo a criação de uma carteira profissional.

Apesar do recente aumento das tarifas para os serviços de táxis de 200 para 300 kwanzas e dos autocarros urbanos de 150 para 200 kwanzas a classe afirma que as novas tarifas não acompanham os custos reais da actividade.

“Somos um grupo de pressão e vamos continuar a lutar por soluções. Se não formos ouvidos, iremos redefinir estratégias e continuar a mobilização”, afirmou o dirigente, apelando à revisão das medidas e à abertura de um canal de negociação com o Executivo.