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Tarifas sobem para garantir sustentabilidade dos transportes públicos, diz Governo

O presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Énio Costa, defendeu nesta Sexta-feira, 12 de Julho, que o recente reajuste das tarifas dos transportes públicos teve como objectivo encontrar um ponto de equilíbrio entre a sustentabilidade das operadoras e a capacidade económica dos cidadãos.

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Em declarações à margem do 2.º Fórum de Transporte e Logística, realizado em Luanda, o responsável afirmou que a actualização dos preços aplicada na sequência da subida do preço do gasóleo de 300 para 400 kwanzas por litro foi moderada, tendo em conta os desafios financeiros que o sector enfrenta e o contexto social do país.

“Foi uma actualização necessária, ajustada à nova realidade dos custos operacionais, mas sem exceder limites que comprometessem o acesso dos cidadãos aos serviços de transporte”, explicou Énio Costa.

A tarifa dos táxis colectivos (vulgo “candongueiros”) passou de 200 para 300 kwanzas, enquanto o bilhete de autocarro urbano subiu de 150 para 200 kwanzas. Para o transporte intermunicipal, os preços serão definidos pelas autoridades locais.

A decisão surge no âmbito da retirada progressiva dos subsídios aos combustíveis, processo iniciado em 2023 pelo Governo angolano. A medida tem provocado reacções negativas por parte da população, e uma manifestação de protesto está convocada para este sábado, em Luanda.

Confrontado com a contestação popular, o PCA da ANTT considerou legítimas as preocupações da sociedade civil, mas sublinhou que a manutenção de tarifas anteriores colocaria em risco a viabilidade financeira das operadoras.

“As empresas enfrentam uma estrutura de custos que precisa de ser compensada. Se não houver esse ajustamento, arriscamo-nos a ter serviços deficitários ou até interrupções no transporte público regular”, advertiu.

Énio Costa reconheceu que o aumento do custo de vida afecta as famílias, mas frisou que a medida foi tomada para evitar o colapso do sistema. “Estamos a trabalhar para garantir que haja continuidade, qualidade e segurança nos transportes, num equilíbrio que não prejudique nem os utentes nem os operadores.”