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Protesto contra subida do combustível mobiliza activistas em Luanda

Um grupo de activistas angolanos convocou uma marcha de protesto para este sábado, em Luanda, em resposta ao recente agravamento dos preços do combustível e das tarifas dos transportes colectivos. A manifestação tem início marcado no Largo do Mercado do São Paulo, com destino ao Largo da Maianga, nas imediações da Assembleia Nacional.

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A iniciativa, organizada pela Sociedade Civil Contestatária e pela Unidade Nacional para a Total Revolução de Angola (UNTRA), pretende reunir cidadãos descontentes com as medidas económicas do Governo, particularmente o aumento do gasóleo que passou de 300 para 400 kwanzas por litro e a aplicação de novos preços nos transportes públicos. Desde Segunda-feira, a tarifa dos táxis colectivos, os chamados candongueiros, subiu para 300 kwanzas por viagem, enquanto a dos autocarros urbanos foi fixada em 200 kwanzas.

“A nossa luta é pelo bem-estar colectivo. Esta marcha é apenas o início de uma série de protestos contra políticas que penalizam o cidadão comum”, declarou à imprensa o activista Serrote José de Oliveira, mais conhecido como “General Nila”, coordenador da UNTRA. Segundo explicou, o protesto visa pressionar as autoridades a reconsiderarem as actuais medidas de retirada dos subsídios aos combustíveis, que têm gerado impacto directo no custo de vida.

A organização já comunicou a realização da marcha ao Governo Provincial de Luanda e ao Comando Provincial da Polícia Nacional. A expectativa é que decorra de forma pacífica, embora os organizadores reconheçam os riscos, tendo em conta episódios anteriores de repressão a manifestações na capital.

Num comunicado dirigido às autoridades, os promotores sublinham que o protesto pretende “repudiar o aumento do preço do táxi e do combustível, que afecta de forma desproporcional as camadas mais vulneráveis da sociedade”. A nota frisa ainda que o movimento conta com o apoio de dirigentes de partidos políticos da oposição, como o Bloco Democrático e o PRA-JA Servir Angola.

Além de Luanda, o apelo ao protesto está a ser partilhado nas redes sociais com vista à sua replicação noutras províncias do país. “O povo angolano não pode continuar calado. O silêncio tem sido interpretado como consentimento. É hora de nos erguermos e defendermos os nossos direitos”, exortou “General Nila”.

A subida dos preços resulta da estratégia governamental de eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis, justificada pelas autoridades como uma medida necessária para equilibrar as contas públicas. No entanto, diversos sectores sociais e políticos têm manifestado preocupação com o impacto da política no quotidiano das famílias, especialmente num contexto de elevados índices de pobreza e desemprego.