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Angola bate recorde e extrai mais de 14 milhões de quilates de diamantes em 2024

Angola alcançou em 2024 o mais elevado volume de produção de diamantes da sua história, ao ultrapassar os 14 milhões de quilates extraídos, anunciou o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo. O marco histórico representa o cumprimento de uma das metas estabelecidas no segundo mandato do Presidente da República, João Lourenço.

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O feito foi revelado durante o lançamento oficial da Conferência Internacional de Minas de Angola, esta Quinta-feira, em Luanda. Segundo o governante, o resultado foi alcançado apesar de constrangimentos como a queda do preço internacional dos diamantes e a crescente concorrência dos sintéticos. “Conseguimos resistir aos desafios e alcançar um resultado histórico que reforça a resiliência do sector mineiro nacional”, afirmou Diamantino Azevedo.

Para além dos diamantes, o ministro destacou outros avanços relevantes na indústria extractiva, nomeadamente o início da produção de cobre na província do Cuando Cubango a primeira desde a independência do país e a implementação de novos projectos envolvendo minerais estratégicos como o nióbio. Regista-se também um crescimento estável na produção de mármore, granito, minério de ferro e manganês.

Apesar de reconhecer que a produção de ouro ainda se mantém aquém das expectativas, o titular da pasta afirmou que há várias empresas actualmente em fase de prospecção e que se antevê uma evolução positiva nos próximos anos.

No domínio da transformação local, Diamantino Azevedo anunciou que Angola já dispõe de uma fábrica em funcionamento dedicada ao quartzo, o que permitirá suspender a exportação do mineral em bruto. “A medida visa promover a industrialização interna e gerar emprego, acrescentando valor aos nossos recursos naturais”, frisou.

Sobre os efeitos socioeconómicos da actividade mineira, o ministro sublinhou o impacto positivo na criação de postos de trabalho indirectos e na dinamização das cadeias logísticas e de fornecimento locais, muitas vezes subestimados nos balanços económicos do sector.

Chitotolo projeta produção de 320 mil quilates em 2024

A contribuir para os números expressivos está a Sociedade Mineira do Chitotolo, que estima uma produção anual de 320 mil quilates em 2024, com receitas superiores a 180 milhões de dólares. A informação foi avançada por Frazão Ndumba, director de operações da mina, que destacou uma produção mensal entre 25 mil e 30 mil quilates. Desde Janeiro, a empresa já extraiu cerca de 180 mil quilates.

Apesar das reservas mais ricas estarem praticamente esgotadas, Ndumba assegura que a empresa está focada na exploração de zonas marginais e na manutenção de níveis de produção sustentáveis. “Os desafios são maiores, mas o compromisso com a estabilidade operacional e a contribuição para o desenvolvimento da província da Lunda Norte mantém-se firme”, afirmou o responsável, citado pela Angop.

A empresa compromete-se ainda a continuar a gerar receitas fiscais significativas para o Estado e a sustentar a empregabilidade local, contribuindo para o reforço da economia nacional.