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Angolano é o primeiro doutorado em radioactividade natural em África

Edson Santa Rosa Baptista, académico da província da Huíla, entrou esta semana para os registos da ciência africana ao tornar-se o primeiro doutorado em radioactividade natural em Angola e em todo o continente. A distinção foi obtida na Universidade de Coimbra, em Portugal, após defender com sucesso uma tese que propõe novas abordagens de medição de gases nobres radioactivos em espaços fechados.

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A tese, centrada na detecção de radão e torão gases com potencial carcinogénico quando inalados em concentrações elevadas foi avaliada com a nota de Aprovado com Distinção, um reconhecimento do rigor científico e da inovação da proposta. Com esta conquista, Edson Baptista posiciona Angola como pioneira numa área ainda pouco explorada na investigação africana: a radioactividade natural e os seus impactos na saúde pública.

“A radioactividade natural é um campo exigente e praticamente ignorado em muitos países africanos”, referiu o investigador, citado pela ANGOP. Segundo Edson Baptista, a sua investigação pode contribuir de forma significativa para prevenir doenças respiratórias graves, como o cancro do pulmão, associadas à exposição prolongada a gases radioactivos em ambientes interiores.

Com 44 anos, o agora Professor Doutor possui um percurso académico sólido e diversificado: é mestre em Ordenamento do Território e Ambiente, com especialização em Hidrogeologia pela Universidade de Coimbra, e possui igualmente um mestrado executivo em Gestão, atribuído pela AgroParisTech, em França.

Além do seu trabalho académico, Edson Baptista desempenha funções como administrador executivo para a área técnica na Empresa Provincial de Água e Saneamento da Huíla. No plano internacional, já publicou estudos em revistas científicas de referência, como a Journal of Environmental Radioactivity (Elsevier) e a Environmental Geochemistry and Health (Springer).

A conquista de Edson Baptista não se limita a uma consagração pessoal — representa um marco para a ciência angolana e africana, ao abrir caminho para futuras investigações no domínio da saúde ambiental, da geociência e da protecção radiológica no continente.