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Museu a céu aberto no Lubango vai retratar mais de 100 anos do Caminho de Ferro de Moçâmedes

A cidade do Lubango, na província da Huíla, vai acolher, a partir de 12 de Setembro, o primeiro museu ferroviário de Angola. A iniciativa, promovida pelo Caminho de Ferro de Moçâmedes (CFM), visa preservar e valorizar o património histórico da ferrovia nacional, numa altura em que o país celebra 50 anos de independência.

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Há 1 dia
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A nova infraestrutura ocupará parte do parque frontal da histórica estação do CFM, construída em 1905, que está a ser reabilitada para acolher um museu a céu aberto. A proposta é dar vida ao passado ferroviário angolano, tornando acessível ao público peças emblemáticas como locomotivas antigas, equipamentos de manuseamento e documentos técnicos raros.

O presidente do Conselho de Administração do CFM, António Coelho da Cruz, garante que o espaço será mais do que um mero arquivo: pretende ser um centro de memória viva, capaz de educar e inspirar as novas gerações. “Queremos consolidar um local permanente de conservação do nosso espólio e reforçar a identidade histórica do sector ferroviário em Angola”, afirmou o responsável, em declarações à Angop.

Com um percurso ferroviário que liga o porto do Namibe à cidade de Menongue, numa extensão superior a 860 quilómetros, o CFM é o mais antigo dos três caminhos de ferro em operação no país. A sua história cruza-se com a própria evolução económica e territorial de Angola, e o museu surge como resposta à necessidade de preservar esse legado.

O acervo que será exibido inclui, além das locomotivas, uma biblioteca técnica especializada, documentos sobre a construção da linha férrea, mapas, fotografias e registos operacionais que cobrem mais de um século de actividade.

O projecto museológico insere-se também numa visão estratégica de dinamização do turismo e da cultura ferroviária, podendo vir a integrar rotas turísticas no sul do país. Em paralelo, decorrem ainda estudos para a expansão internacional da linha, com vista a uma possível ligação à Namíbia.