Samakuva fora da corrida? Analistas antecipam silêncio estratégico do antigo líder da UNITA
A aproximação do XIV Congresso da UNITA volta a colocar em debate a sucessão na liderança do partido, mas analistas políticos afastam a hipótese de Isaías Samakuva voltar a candidatar-se, apontando que o antigo presidente pretende resguardar-se de uma eventual derrota eleitoral em 2027.
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David Mendes, comentador político, considera que Samakuva não pretende assumir a responsabilidade por um eventual insucesso nas próximas eleições gerais, mesmo que reunisse condições para vencer uma disputa interna frente a Adalberto Costa Júnior (ACJ). O analista defende que o resultado expressivo da oposição em 2022 esteve associado à aliança com o PRA-JA, entretanto desfeita, pelo que antecipa um cenário mais desfavorável para a Frente Patriótica Unida.
“Samakuva vai optar pelo silêncio para proteger a sua imagem”, afirmou, acrescentando que eventuais derrotas futuras deverão recair sobre os actuais dirigentes. Mendes acredita ainda que outros potenciais concorrentes, como Massanga Savimbi ou José Pedro Kachiungo, evitarão avançar nesta fase, preferindo deixar que ACJ enfrente o escrutínio eleitoral de 2027.
O analista sublinha também que a saída do PRA-JA da coligação está a fragilizar a UNITA, uma vez que poderá levar consigo parte significativa do eleitorado conquistado em 2022.
Numa leitura diferente, Alexandre Sebastião André defende que o anúncio do XIV Congresso da UNITA reforça a vitalidade democrática do partido e contribui para a consolidação do pluralismo em Angola. Para o académico, deverão surgir várias candidaturas, mas será fundamental encontrar pontos de equilíbrio entre correntes mais conservadoras, ligadas ao legado histórico do Muangai, e sectores que defendem uma modernização da cultura política da organização.
Fontes partidárias avançaram à Rádio Correio da Kianda que a comissão organizadora do conclave deverá ser anunciada nos próximos dias, dando início formal ao processo preparatório.
C/CK
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