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Tumultos em Luanda fazem 22 mortos e mais de uma centena de detenções durante a greve

Pelo menos 22 pessoas morreram e 197 ficaram feridas na sequência de actos de violência registados em Luanda nos últimos dois dias, durante a paralisação de taxistas que levou ao desencadear de tumultos na capital angolana. As autoridades reportam ainda a detenção de 1.214 indivíduos por envolvimento em actos de vandalismo.

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Há 4 dias
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O balanço foi apresentado esta quarta-feira pelo ministro do Interior, Manuel Homem, à margem da reunião do Conselho de Ministros, onde o Governo analisou a gravidade dos incidentes. Os distúrbios ocorreram na sequência de um protesto convocado por associações e cooperativas de táxis, em reacção ao aumento do preço dos combustíveis e das tarifas de transporte.

Além de Luanda, registaram-se focos de violência nas províncias do Huambo, Benguela e Huíla, afectando infra-estruturas públicas e privadas. O ministro relatou danos significativos, incluindo a destruição de viaturas da Polícia Nacional, ambulâncias, autocarros e um total de 66 estabelecimentos comerciais e agências bancárias vandalizadas.

Apesar da agitação, Manuel Homem assegurou que a situação está “sob controlo”, com o regresso à normalidade no funcionamento dos transportes públicos e dos serviços essenciais. O governante apelou à confiança da população nos órgãos de defesa e segurança, sublinhando que “as manifestações, sendo um direito consagrado, devem ocorrer sem degenerar em violência e desordem”.

O Conselho de Ministros considerou, em comunicado, que os acontecimentos ultrapassaram o carácter reivindicativo inicial da paralisação e evoluíram para uma ameaça à estabilidade e à paz social, com impactos directos na mobilidade dos cidadãos e no desempenho dos sectores produtivos.

O Governo garante que continuará a aplicar medidas de reforço à segurança pública em Luanda e noutras províncias, reforçando o compromisso com a ordem, a tranquilidade e a protecção dos cidadãos.