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Líderes juvenis propõem reintegração de lotadores de táxi para travar escalada da violência

O Conselho Nacional da Juventude (CNJ) defendeu, esta quinta-feira, 31 de Julho, a necessidade de reintegrar os chamados lotadores de táxi em outros sectores de actividade, por considerar que a sua permanência nas paragens representa um potencial risco à segurança pública.

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Há 3 dias
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A proposta surge na sequência da vaga de distúrbios registada durante a paralisação de taxistas ocorrida esta semana, que afectou pelo menos sete províncias do país. De acordo com o CNJ, a reinserção destes indivíduos em áreas formais de prestação de serviços poderá ajudar a prevenir novos episódios de vandalismo e desordem.

Em comunicado divulgado após uma reunião alargada com representantes das organizações juvenis filiadas, membros do Conselho Provincial da Juventude de Luanda e secretários executivos municipais, o órgão sublinha que é urgente avaliar “mecanismos eficazes de reintegração”, sublinhando que os lotadores são vistos, segundo o documento, como uma “ameaça à segurança nacional”.

Os confrontos associados à paralisação dos taxistas resultaram em 30 mortos e mais de 1.500 feridos, além de prejuízos materiais significativos, com registo de pilhagens em estabelecimentos comerciais nas províncias de Luanda, Icolo e Bengo, Malanje, Benguela, Huíla, Lunda Norte e Cuando Cubango.

Para além das propostas de reinserção, os líderes juvenis defenderam o reforço do diálogo entre as associações de taxistas e o Executivo, a criação de mecanismos de controlo e responsabilização das organizações do sector e o debate urgente sobre o estatuto profissional do taxista.

O CNJ exorta ainda à intensificação de acções de educação cívica e patriótica nas comunidades, sublinhando o papel que as organizações juvenis devem assumir na moralização da sociedade.

Embora reafirmem o respeito pelos direitos fundamentais, como a liberdade de manifestação e de greve, os dirigentes alertam que estes não devem ser usados como cobertura para práticas criminosas.

Assinado pelo presidente do CNJ, Isaías Kalunga, o documento conclui apelando ao Executivo que continue a adoptar políticas que melhorem as condições de vida dos cidadãos e a fortalecer o Estado de Direito, através de uma actuação firme e pedagógica no combate à violência e à marginalidade.