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Vice-presidente da ANATA ouvido pelo juiz após detenção por incitação à violência

Rodrigo Luciano Catimba, vice-presidente da Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA), começou esta segunda-feira a ser ouvido pelo juiz de garantias, em Luanda, dias após ter sido detido em Benguela sob suspeita de crimes relacionados com os protestos que paralisaram várias províncias do país.

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O interrogatório marca a primeira fase do processo judicial contra o dirigente associativo, acusado de incitação à violência, apologia de crime, rebelião e terrorismo. A defesa aguarda agora a decisão do juiz quanto à medida de coacção a aplicar.

“Estamos à espera do despacho do juiz, que poderá ser proferido a qualquer momento. Confiamos na justiça angolana e nas instituições do Estado”, declarou à imprensa o advogado de defesa, Jovete Domingos, à saída do tribunal.

A detenção de Catimba ocorreu na sequência dos protestos que se seguiram à greve nacional dos taxistas, convocada pela ANATA para os dias 28, 29 e 30 de Julho. A paralisação originou manifestações e episódios de violência em sete províncias, com a Polícia Nacional a reportar um total de 30 mortos, 277 feridos e mais de 1500 detenções.

Presente também no tribunal, o presidente da ANATA, Francisco Paciente, expressou solidariedade com o seu colega e manifestou esperança num desfecho justo. “Estamos aqui para acompanhar e apoiar o nosso irmão. Acreditamos que a justiça será feita e que ele poderá recuperar a liberdade”, afirmou.

Francisco Paciente apelou ainda à serenidade dos taxistas e da sociedade em geral, reforçando a confiança nas instituições judiciais. “O momento exige calma e respeito pelos trâmites legais. O importante é que o processo decorra com transparência e justiça.”

As autoridades continuam a investigar os incidentes ligados à paralisação, cujos efeitos se fizeram sentir de forma significativa na mobilidade urbana e na segurança pública em várias regiões do país. O caso de Rodrigo Catimba será um dos testes à resposta judicial aos actos ocorridos durante os protestos.