0º C

09 : 49

Governo cria linha de crédito de 50 mil milhões de kwanzas para apoiar empresas vandalizadas

O Executivo angolano vai disponibilizar 50 mil milhões de kwanzas para apoiar a recuperação de empresas e estabelecimentos comerciais atingidos pelos actos de vandalismo registados recentemente em pelo menos oito províncias, com maior impacto em Luanda. A medida visa salvaguardar postos de trabalho, estabilizar a oferta de bens e serviços e contribuir para o regresso à normalidade económica.

Registro autoral da fotografia

Há 20 horas
2 minutos de leitura

O anúncio foi feito esta segunda-feira, 4 de Agosto, pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, na sequência dos prejuízos causados durante a paralisação dos taxistas, marcada por pilhagens e destruição de infra-estruturas comerciais. De acordo com o governante, foram identificadas 162 unidades afectadas.

A linha de financiamento, operacionalizada pelo Banco de Poupança e Crédito (BPC), terá a duração de 12 meses e prevê condições de acesso facilitadas. Os beneficiários poderão utilizá-la para recuperação de instalações, reposição de stocks e pagamento de até três salários consecutivos, com uma taxa de juro anual de 5%. O período de carência para capital e juros poderá ir até nove meses, no caso da aquisição de equipamentos, e até seis meses, para a reposição de mercadorias.

“Esta linha permitirá evitar despedimentos e ajudar os operadores económicos a retomar a actividade sem rupturas. A prioridade é preservar os empregos e restaurar a normalidade no comércio local”, sublinhou Massano.

Para solicitar o apoio, os empresários deverão apresentar no BPC uma declaração de queixa formalizada junto das autoridades policiais, além de documentação relativa à actividade da empresa, nomeadamente a folha salarial, caso pretendam recorrer à linha para o pagamento de vencimentos.

O ministro garantiu ainda que, tratando-se de empresas formalizadas e com danos comprovados, não serão exigidas garantias adicionais, permitindo uma resposta célere por parte do banco, que terá até 20 dias úteis para processar os pedidos.

Esta intervenção surge como resposta imediata aos danos causados pelos distúrbios registados entre 28 e 30 de Julho, período em que protestos contra o aumento do preço do combustível degeneraram em actos de violência e destruição, deixando marcas profundas na actividade económica de várias regiões do país