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Taxistas mantêm paralisação até quarta-feira

Apesar do apelo à suspensão da greve por parte da direcção nacional da Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA), a delegação provincial de Luanda decidiu manter a paralisação da actividade até ao fim do período inicialmente previsto, reiterando a legitimidade das suas reivindicações e demarcando-se dos actos de vandalismo registados no primeiro dia de protesto.

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Há 5 dias
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Num comunicado emitido esta Terça-feira, a ANATA Luanda expressou “profunda preocupação” com os incidentes ocorridos em vários pontos da capital, sublinhando que “tais comportamentos não representam a classe dos taxistas” e assegurando que os seus associados nada têm a ver com os distúrbios que marcaram o início da greve, esta Segunda-feira.

“Reafirmamos que os taxistas são cidadãos pacíficos e trabalhadores. Repudiamos qualquer acto de violência, pilhagem ou destruição de bens públicos e privados”, lê-se na nota divulgada pela organização.

Ainda assim, a delegação provincial decidiu manter a paralisação até quarta-feira, como inicialmente previsto, considerando que “as preocupações levantadas continuam por resolver” e que a greve é “um instrumento legítimo de pressão social”.

A direcção nacional da ANATA havia anunciado, na véspera, a suspensão da paralisação, justificando a decisão com a intenção de evitar que “indivíduos estranhos à classe” continuassem a instrumentalizar o protesto com fins violentos. A estrutura nacional condenou “energicamente” os actos de vandalismo e saque que marcaram o dia 28 de Julho, classificando-os como desvios praticados por “aproveitadores” alheios à associação.

A greve, convocada sob o lema “fica em casa”, foi lançada há mais de três semanas por diversas plataformas representativas do sector, em protesto contra a subida do preço dos combustíveis e o impacto da medida nos custos operacionais da actividade de táxi.

Os protestos de Segunda-feira resultaram em múltiplos episódios de violência, com barricadas em várias artérias, pilhagens, destruição de bens e confrontos com a polícia. Segundo um balanço preliminar das autoridades, registaram-se quatro mortes, dezenas de feridos e mais de 500 detenções.

Esta Terça-feira, a capital amanheceu com os transportes públicos praticamente paralisados, comércio encerrado e relatos de tentativas de invasão a estabelecimentos comerciais em zonas periféricas da cidade. A presença policial manteve-se reforçada em vários pontos estratégicos.