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Pilhagens atingem 91 estabelecimentos em Luanda e Malanje durante três dias de distúrbios

Pelo menos 91 lojas foram vandalizadas nas províncias de Luanda e Malanje ao longo de três dias de tumultos que acompanharam a paralisação dos transportes colectivos privados, entre os dias 28 e 30 de Julho, segundo um relatório preliminar da Associação de Empresas de Comércio e Distribuição Moderna de Angola (Ecodima).

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O documento, a que a Lusa teve acesso esta Quinta-feira, identifica sete cadeias comerciais alvo de pilhagens e nove operadores com registo de tentativas de invasão, envolvendo 24 unidades. A cadeia Arreiou, com 72 pontos de venda, foi a mais afectada pelos actos de saque.

Em Luanda, epicentro da onda de violência, os incidentes foram registados em zonas como Vila de Viana, Calemba 2, Golfo 2, Cacuaco, Zango, Benfica, Camama, Sapu, Nova Vida, Talatona, Rocha Pinto, Samba, Morro Bento, Kilamba, KK5000, Bairro Popular e Ingombota. O relatório sublinha a dispersão dos ataques no tecido urbano da capital, apontando para uma acção coordenada ou de forte contágio social.

De acordo com a Ecodima, os actos de vandalismo, pilhagem e destruição de bens desencadeados no contexto da greve dos taxistas, motivada pela subida do preço dos combustíveis e das tarifas de táxis constituem uma ameaça directa ao investimento privado, à estabilidade económica e à segurança dos trabalhadores do sector.

A associação alerta ainda para as consequências económicas de médio e longo prazo, destacando os prejuízos ainda não quantificados em infra-estruturas, equipamentos, mercadorias e operações logísticas. Adicionalmente, refere impactos psicológicos significativos sobre os funcionários, forçados a evacuar espaços comerciais sob ameaça, bem como o enfraquecimento da confiança dos investidores no mercado angolano.

Como medidas imediatas, a Ecodima defende o reforço da segurança em áreas comerciais críticas, o restabelecimento da ordem pública, o apoio logístico às empresas e a garantia de mobilidade para trabalhadores e transporte de mercadorias. A associação está a recolher dados detalhados para posterior apresentação às autoridades.

Na mesma nota, a organização sublinha a necessidade urgente de coordenação entre os órgãos de segurança, o Executivo e o sector empresarial, apelando a uma resposta concertada que garanta a continuidade da actividade económica formal e a protecção dos activos privados.

O último balanço das autoridades indica um total de 22 mortos, 197 feridos e 1214 detenções em consequência dos distúrbios, que se estenderam também às províncias do Bengo, Icolo e Bengo, Benguela, Huambo e Huíla.