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Clima de guerra em Luanda: Portugal já pensa no plano de evacuação

A Iniciativa Liberal (IL) questionou esta Terça-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, sobre as medidas que estão a ser adoptadas para garantir a segurança da comunidade portuguesa residente em Luanda, na sequência dos episódios de violência que marcaram os protestos desta semana na capital angolana.

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Há 5 dias
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Numa pergunta formal submetida ao Parlamento, a que a agência Lusa teve acesso, o partido liberal manifestou preocupação com o impacto da instabilidade em Angola, destacando a presença significativa de cidadãos portugueses no país e os interesses económicos que Portugal ali mantém.

“É essencial assegurar que o Estado português está atento e preparado para responder a qualquer deterioração das condições de segurança, salvaguardando os cidadãos em situação de maior vulnerabilidade, os trabalhadores das missões diplomáticas e os investimentos portugueses em território angolano”, refere a IL.

O partido liderado por Mariana Leitão solicita ao Governo português uma avaliação actualizada da situação em Luanda, com especial foco nas condições de segurança para os cidadãos nacionais. Quer ainda saber que medidas concretas estão a ser implementadas pelas autoridades no terreno, nomeadamente no que diz respeito à comunicação com a comunidade, à gestão de deslocações e à resposta a eventuais pedidos de apoio.

A IL procura igualmente esclarecimentos sobre a existência e actualização de um plano de evacuação e de emergência por parte da Embaixada de Portugal em Luanda, questionando sobre a data da sua última revisão e os mecanismos de comunicação previstos para situações críticas.

Além das preocupações com a segurança dos cidadãos, o partido português quer saber quais são as medidas de acompanhamento aos interesses económicos nacionais em Angola, em face de potenciais danos provocados pelos distúrbios.

Os protestos iniciados esta Segunda-feira, com a paralisação dos taxistas em Luanda, resultaram em pelo menos quatro mortos, mais de 500 detenções e dezenas de estabelecimentos vandalizados, segundo o balanço provisório da Polícia Nacional de Angola.

De acordo com o porta-voz da corporação, subcomissário Mateus Rodrigues, 45 lojas, 25 viaturas particulares, 20 autocarros públicos e três agências bancárias foram alvo de actos de vandalismo. As autoridades garantem, entretanto, que a situação de segurança pública está “estável” e que as principais vias da capital já foram reabertas à circulação, após a remoção dos obstáculos colocados nas estradas.

C/Lusa