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Centenas de lojas encerradas após dia de violência na capital

Face à onda de violência registada esta Segunda-feira em vários pontos de Luanda, a Associação das Empresas do Comércio e da Distribuição Moderna de Angola (Ecodima) anunciou o encerramento antecipado dos estabelecimentos comerciais às 17h00, como medida preventiva para garantir a segurança de colaboradores e clientes. Em causa estão actos de vandalismo e pilhagens ocorridos no primeiro dia da paralisação de taxistas, convocada em protesto contra o aumento do preço dos combustíveis.

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Num comunicado divulgado à imprensa, a Ecodima expressa “profunda preocupação” com os acontecimentos que, segundo a associação, põem em risco “a integridade das cadeias de abastecimento, a segurança dos trabalhadores e a preservação do património empresarial”.

A associação, que reúne os principais operadores formais do sector do comércio e da distribuição em Angola, relata ataques a lojas e centros logísticos, sublinhando que tais acções ameaçam o funcionamento regular do sistema de fornecimento de bens essenciais. “Estes actos comprometem o bem-estar da população e a estabilidade económica e fiscal do país”, frisa a nota.

Em resposta aos incidentes, várias empresas do sector bancário e retalhista anunciaram igualmente o encerramento de balcões e pontos de venda, pelo menos até Quarta-feira, altura em que deverá terminar a greve convocada por um conjunto de associações de taxistas.

A Ecodima lembra que o sector que representa é responsável por milhares de empregos directos e indirectos, constituindo uma das principais fontes de arrecadação fiscal fora do sector petrolífero. Qualquer perturbação severa na sua operação, alerta, “afecta não só a subsistência das famílias como a reposição de stocks e o abastecimento regular dos mercados”.

Por isso, a associação apela à população para que se abstenha de atacar estabelecimentos comerciais e bens privados, destacando que estes são “garantes de sustento para milhares de famílias” e que a sua destruição pode comprometer a continuidade de muitos postos de trabalho.

O Ministério do Interior também se pronunciou sobre os distúrbios, classificando os actos como “acções criminosas” e considerando-os um atentado contra o Estado democrático e de direito. As autoridades asseguraram estar a tomar medidas para restaurar a ordem e identificar os responsáveis pelos actos de violência e intimidação.

A paralisação dos taxistas surge na sequência do aumento do preço do gasóleo, que passou de 300 para 400 kwanzas por litro, levando igualmente a um reajuste nas tarifas dos transportes públicos. A medida tem gerado tensão social, e os protestos deverão manter-se até ao final da semana, caso não surjam sinais de diálogo efectivo entre o Governo e os operadores do sector informal.

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