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Ana Dias Lourenço defende acção colectiva contra abusos a crianças e jovens

Mais de 15 mil casos de violência contra crianças foram registados em Angola entre Janeiro e Junho deste ano, segundo dados avançados pela primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, na abertura de um workshop sobre igualdade de género e protecção infantil.

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O balanço, com base nas chamadas recebidas pela linha SOS Criança, revela um retrato preocupante: entre os 15.088 casos reportados, 564 dizem respeito a violência sexual, 1.895 envolvem agressões físicas e psicológicas e 6.052 estão relacionados com exploração laboral infantil. Os dados foram apresentados durante o Workshop de Sensibilização e Capacitação sobre Igualdade de Género, Violência Infanto-Juvenil e Violência baseada no Género, uma iniciativa da Fundação Ngana Zenza em parceria com o Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA).

Citada num comunicado oficial, Ana Dias Lourenço alertou que “90 por cento dos crimes cometidos ocorrem dentro de casa ou no seio de comunidades religiosas”, apelando à acção concertada entre governo, justiça, sociedade civil e instituições religiosas. “Só através de uma resposta colectiva poderemos verdadeiramente transformar esta realidade”, sublinhou.

A primeira-dama lamentou ainda que “homens e mulheres usem o nome de Deus e da igreja para perpetuar actos de violência sobre crianças e adolescentes”, incluindo situações de estigmatização e acusações de feitiçaria.

O encontro contou com a presença de representantes do CICA e de outras congregações religiosas, que reforçaram o seu compromisso com a campanha “Somos Todos Iguais” — uma iniciativa da Organização das Primeiras-Damas Africanas para o Desenvolvimento (OAFLAD). A campanha visa promover sociedades mais justas e equitativas, combatendo todas as formas de violência com base no género.

Durante o workshop, que termina esta Quarta-feira, a escritora e socióloga cabo-verdiana Mirian Medina ofereceu à primeira-dama a sua obra Filhas da Violência, um livro que denuncia abusos sexuais cometidos no seio familiar.