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Trabalhadores angolanos acusam elite portuguesa da OMATAPALO de conduta abusiva

Funcionários angolanos da construtora Omatapalo denunciaram esta semana um conjunto de práticas laborais que consideram violar a legislação vigente e comprometer a dignidade no trabalho, apontando para casos de alegada discriminação por parte de quadros portugueses da empresa.

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Há 3 dias
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Segundo o testemunho de um colaborador com quatro anos de vínculo à empresa, citado pelo site da Tv Nzinga, os trabalhadores locais afirmam estar a ser alvo de maus-tratos verbais, alegadamente tratados de forma humilhante, e citam expressões como “cão baixo” para descrever a forma como são abordados pelos superiores hierárquicos de nacionalidade portuguesa.

Para além do ambiente de trabalho que classificam como hostil, os trabalhadores queixam-se de salários considerados abaixo do mínimo aceitável, contratos precários renovados trimestralmente, mesmo após a entrada em vigor da nova Lei Geral do Trabalho, e despedimentos arbitrários com compensações tidas como insuficientes alguns casos referem indemnizações na ordem dos 77 mil kwanzas.

A denúncia acusa ainda a administração da empresa, particularmente o Presidente do Conselho de Administração (PCA), também de nacionalidade portuguesa, de inércia perante o quadro reportado. “O PCA conhece a situação, mas nunca se pronunciou”, lê-se numa missiva, citada pelo mesmo site.

Os trabalhadores apelam à intervenção das autoridades competentes e da sociedade civil, de modo a garantir o cumprimento da legislação laboral angolana, assegurar contratos justos e proteger os direitos fundamentais dos trabalhadores.

Até ao momento, não foi possível obter uma reacção oficial da empresa às acusações.