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PRA-JÁ acusa UNITA e Bloco Democrático de o expulsarem da Frente Patriótica

Chivukuvuku visado por alegada tentativa de “assassinato de carácter”

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Há 3 semanas
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A tensão explodiu no seio da oposição angolana. O PRA-JÁ Servir Angola acusou publicamente a UNITA e o Bloco Democrático (BD) de o terem afastado da Frente Patriótica Unida (FPU), coligação que levou os três partidos às eleições de 2022. A denúncia consta de um comunicado divulgado na noite de sexta-feira, onde a direcção do partido fala em “ignorar dolosa e acintosamente” as decisões do seu recente congresso.

O partido liderado por Abel Chivukuvuku considera que foi “posto fora” da FPU pelos seus antigos aliados, acusando-os ainda de alimentarem uma campanha de destruição da imagem do seu presidente. “Há antecedentes da vontade explícita de assassinato do carácter e da personalidade do líder do nosso partido”, lê-se no documento assinado pelo vice-presidente Xavier Jaime.

O primeiro congresso constitutivo do PRA-JÁ Servir Angola decorreu esta semana, e no discurso de encerramento, Chivukuvuku deixou claro que recebeu mandato para preparar o partido para uma corrida solitária às eleições gerais de 2027, sinalizando o fim da ligação à FPU. O movimento apanhou os parceiros da coligação de surpresa, que no dia seguinte reagiram com pesar à saída do PRA-JÁ e reafirmaram o seu compromisso com a FPU.

Para o Comité Executivo do PRA-JÁ, a ruptura foi forçada. “Aceitamos formalmente a condição imposta pelos dois partidos de nos colocar fora da FPU”, sublinha o comunicado. O partido afirma que as decisões do congresso não previam uma saída abrupta, mas sim a possibilidade de integrar uma coligação formal futura, mediante concertações políticas sérias — algo que, segundo acusa, foi ignorado pela UNITA e pelo BD.

Apesar do clima de tensão, o PRA-JÁ promete virar a página e já traça o rumo para 2027. “Vamos preparar-nos para concorrer e vencer”, garantem os dirigentes, determinados em marcar presença na próxima disputa eleitoral com chapa própria.

A Frente Patriótica Unida, criada em torno da liderança da UNITA, surge agora abalada pela saída de um dos seus rostos mais visíveis. A fractura abre espaço para novos realinhamentos na oposição e pode redesenhar o mapa político angolano nos próximos dois anos.