Portugal quer dar mais «músculo» à banca em Angola e apela a linha de crédito para privados
Embaixador em Luanda denuncia fragilidade financeira e propõe reforço do Caixa Angola para apoiar empresas e diversificar a economia angolana.

Registro autoral da fotografia
O embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte, defendeu um reforço urgente da presença financeira portuguesa em território angolano, alertando para a limitação do actual “músculo económico” no apoio ao investimento privado. O diplomata português propôs o alargamento da linha de financiamento com garantia soberana de Portugal, actualmente em 2,5 mil milhões de euros, para projectos do sector privado indo além do foco em obras públicas.
A proposta foi apresentada durante o discurso em que recebeu o prémio de Diplomata Económico do Ano, atribuído pela Câmara de Comércio e Indústria de Portugal. O embaixador destacou que a diversificação da linha de crédito pode beneficiar ambos os países e tornar mais robusta a actuação das empresas portuguesas em sectores como turismo, agroindústria, saúde e formação técnico-profissional.
“Estamos numa fase em que poderíamos ir além das obras públicas. Há muito a ganhar com a diversificação”, sublinhou.
Ao mesmo tempo, chamou a atenção para a necessidade de reforçar o capital do Banco Caixa Geral Angola, o único banco de raiz portuguesa ainda presente no país, desde o colapso do BES Angola, em 2014, e da venda do BPI ao CaixaBank, em 2017.
“Apesar do bom desempenho do Caixa Angola, continua a ser uma instituição de pequena dimensão para as exigências actuais. É legítimo questionar: não será hora de lhe dar mais força?”, questionou.
Francisco Alegre Duarte não poupou nas críticas à actual fragilidade da presença bancária portuguesa, considerando que tal compromete a capacidade de apoiar o investimento e a tão necessária diversificação económica de Angola.
Ao longo do discurso, o diplomata abordou também entraves estruturais que afectam o ambiente de negócios no país, como a inflação, a desvalorização cambial, as dificuldades de repatriamento de capitais e o excesso de burocracia. Apontou ainda a falta de mão-de-obra qualificada como um dos principais obstáculos ao progresso económico.
Entre as preocupações levantadas, destacou-se ainda a ausência de um regime que permita a portabilidade dos descontos da Segurança Social para os trabalhadores portugueses em Angola — uma medida que, defendeu, contribuiria para a mobilidade profissional e a retenção de quadros qualificados.
“As mudanças que Angola precisa exigem talento. E o talento precisa de garantias e estabilidade”, afirmou.
Por fim, o embaixador concluiu com uma afirmação categórica: o verdadeiro desafio estrutural de Angola continua a ser a diversificação económica um caminho que, acredita, pode ser trilhado com mais investimento privado e uma presença financeira mais robusta de Portugal.
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