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Polícia detém vários suspeitos e garante restabelecimento da ordem após distúrbios em Luanda

A Polícia Nacional anunciou esta segunda-feira que conseguiu restabelecer a ordem pública em vários pontos de Luanda, após a ocorrência de actos de vandalismo associados à paralisação de taxistas que decorre até quarta-feira. Várias detenções foram efectuadas no âmbito das operações de contenção dos distúrbios.

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Há 1 semana
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Segundo o porta-voz da corporação, subcomissário Mateus Rodrigues, desde as primeiras horas do dia registaram-se incidentes em diversas zonas da capital, incluindo invasões a estabelecimentos comerciais, barricadas com pneus incendiados e apedrejamento de viaturas, nomeadamente autocarros do transporte público.

“A polícia está mobilizada no terreno, com todos os seus meios e efectivos, para garantir o retorno à tranquilidade e segurança dos cidadãos”, afirmou o oficial, sublinhando que os detidos serão encaminhados às instâncias judiciais competentes para responderem pelos actos praticados.

Embora não tenha avançado números concretos, Rodrigues garantiu que as acções de controlo continuam a decorrer e que a situação está progressivamente a ser normalizada, destacando ainda que a maioria das zonas afectadas já se encontra sob controlo das autoridades.

Confrontado com imagens divulgadas nas redes sociais, que mostram civis alegadamente feridos durante os confrontos, o porta-voz esclareceu que, no caso de um cidadão encontrado inconsciente na via pública, o socorro já foi efectuado, não tendo sido possível, até ao momento, divulgar o estado clínico da vítima.

A Polícia Nacional reafirmou a sua condenação aos actos de vandalismo e apelou à população para que não se envolva em comportamentos que perturbem a ordem pública. “Queremos reiterar o nosso repúdio por estas acções violentas. Uma paralisação, sendo pacífica, é legítima, mas o que se verificou foram crimes, não protestos ordeiros”, frisou.

A paralisação dos taxistas, convocada por várias associações do sector, visa contestar a subida do preço do gasóleo, que passou de 300 para 400 kwanzas por litro, na sequência da retirada gradual dos subsídios aos combustíveis. Esta medida levou também ao reajuste das tarifas de transporte público o serviço de táxi colectivo aumentou de 200 para 300 kwanzas e o transporte urbano por autocarro passou de 150 para 200 kwanzas.

Os representantes dos taxistas denunciam ainda a falta de diálogo com as autoridades e queixam-se de outros factores, como o aumento dos custos de manutenção das viaturas, alterações nas paragens sem aviso prévio e ausência de políticas de formalização da actividade.

As primeiras horas da greve foram marcadas por grande afluência nas paragens de transporte e paralisação quase total dos táxis, gerando transtornos para milhares de utentes. A difusão de vídeos nas redes sociais ampliou a visibilidade dos episódios de violência e reforçou a presença das forças de segurança em zonas críticas da capital. A polícia garante que manterá medidas reforçadas enquanto durarem os protestos.