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«Já sabia que Chivukuvuku ia sair»: Samakuva reage sem surpresa e atira que a UNITA não treme

Isaías Samakuva quebrou o silêncio e reagiu com desdém à saída de Abel Chivukuvuku da Frente Patriótica Unida (FPU). “Não é surpresa nenhuma. Sempre soube que ele iria sair”, declarou esta sexta-feira, 24, à margem de uma reunião do Comité Permanente da UNITA, em Luanda.

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Há 3 semanas
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O ex-presidente da UNITA e actual líder da Fundação Jonas Savimbi assegurou que a decisão do presidente do PRA-JA Servir Angola em nada abala a estabilidade do partido fundado por Jonas Savimbi. “A UNITA existe desde 1966. Não é a saída do PRA-JA que nos vai fragilizar”, garantiu, com um tom firme.

A reacção surge dias depois de Abel Chivukuvuku ter encerrado o primeiro congresso do seu partido com um discurso carregado de críticas subtis e indirectas à oposição tradicional. “Somos os kandengues do ponto de vista institucional, mas eles — os mais velhos — já lá estão há muito tempo. E o que fizeram? Agora é a nossa vez de trabalhar”, atirou o ex-líder da CASA-CE, num claro recado à UNITA.

Apesar da ruptura, Chivukuvuku deixou a porta entreaberta para futuras coligações. “Estamos disponíveis para concertações com os outros partidos da oposição”, afirmou, deixando no ar a possibilidade de novas alianças, mesmo após o afastamento formal da coligação opositora.

Com um passado comum na UNITA, onde militou durante vários anos, Chivukuvuku tem seguido um caminho político cada vez mais autónomo, culminando na fundação do PRA-JA e, agora, na sua saída oficial da Frente Patriótica Unida, estrutura que unia forças da oposição em torno de objectivos comuns.

A saída marca mais um episódio na longa e fragmentada história da oposição angolana, onde as divergências de estratégia continuam a dificultar a consolidação de uma frente única contra o partido no poder.