0º C

12 : 16

Investimento chinês vai explorar 30 mil hectares para produção de arroz, soja, milho e trigo

O Governo angolano formalizou esta quinta-feira, em Luanda, um acordo com a empresa chinesa Sinohydro Construction Angola para investir mais de 100 milhões de dólares no desenvolvimento de infra-estruturas agrícolas no âmbito do Plano Nacional de Fomento à Produção de Grãos (Planagrão). A iniciativa visa expandir a fronteira agrícola no leste do país e reforçar a segurança alimentar.

Registro autoral da fotografia

Há 1 semana
2 minutos de leitura

O memorando de entendimento foi assinado pelo ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, e por Li Xunfeng, representante da Sinohydro, empresa com duas décadas de presença em Angola. O investimento inicial incidirá sobre mil hectares, com estudos em curso para definir as culturas mais apropriadas à região e preparar a expansão gradual para áreas adicionais nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Moxico Leste, Cuando Cubango.

Com esta parceria, Angola espera dar um passo significativo no arranque operacional do Planagrão, que prevê, na sua primeira fase, a dinamização de 30 mil hectares, com vista à posterior ocupação de um total de 500 mil. “Com este acordo, damos início à abertura das primeiras áreas de trabalho e concretizamos a expansão da fronteira agrícola”, afirmou Isaac dos Anjos.

O governante indicou que os produtos visados, como soja, arroz, milho e trigo, têm potencial para colocar o país no mapa das exportações agrícolas. A produção será repartida, por ora, em 60% para exportação e 40% para o mercado interno, especialmente no caso da soja, cujo interesse comercial tem sido reiterado por parceiros internacionais.

O memorando garante à Sinohydro e aos seus parceiros o direito de uso das terras por um período mínimo de 25 anos, livres de taxas ou impostos sobre a posse fundiária. Em contrapartida, a empresa compromete-se a construir um centro de pesquisa e experimentação de sementes, além de envolver as comunidades locais na execução do projecto.

“A terra existe, a água também, e há vontade política. O que se impõe agora é a implementação técnica da abertura de campos à instalação de unidades de armazenamento, transporte e controlo fitossanitário”, frisou o ministro, reforçando que o Governo continuará disponível para acolher novos investidores que respeitem os critérios estabelecidos.

Esta é a segunda parceria estabelecida com uma empresa chinesa em menos de uma semana, num sinal claro da aposta do Executivo em acelerar a produção de grãos em larga escala e tornar o sector agrícola um pilar de exportação e desenvolvimento sustentável.