Empresários denunciam concorrência desleal que «mata» pequenas empresas
Empresários angolanos disseram esta Quinta-feira que a concorrência desleal, o açambarcamento e a falta de facturação dos produtos estão a “matar” as pequenas e médias empresas em Angola e pediram ao Governo medidas para combater o fenómeno.

Registro autoral da fotografia
Segundo os empresários, as referidas práticas “nocivas à concorrência” têm sido implementadas por “muitos empresários estrangeiros” que operam na mesma cadeia como “importadores, grossistas e retalhistas” de produtos diversos.
“Quem são os importadores? São indivíduos que vêm cá, que são apoiados por multinacionais. Eles são importadores, transformam-se em grossistas, em retalhistas (…), é triste, isto o Governo tem de tomar medidas. Hoje o angolano não sabe vender óleo, você não encontra uma empresa de um angolano a vender sabão ou fósforo”, disse esta Quinta-feira o empresário angolano Gilberto Simão.
Hoje aqui, em Angola, o “empresário estrangeiro é grossista e traz também os seus trabalhadores lá de fora, que se transformam em retalhistas”, criticou o empresário, salientando que não é contra o investimento estrangeiro no país.
Falando à margem da cerimónia de apresentação do Plano Estratégico da Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC) de Angola para o quinquénio 2025-2029, o investidor angolano considerou existirem “monopólios, açambarcamento e concorrência desleal” que devem ser combatidos.
“Então, é preciso combater essa concorrência desleal com medidas, não estamos contra os não-angolanos, os estrangeiros, mas é preciso que o Governo tome medidas”, frisou.
Gilberto Simão, também presidente da Associação das Indústrias de Panificação e Pastelaria de Angola (AIPPA), lamentou, por outro lado, que o plano estratégico da ARC não tenha medidas para combater o “dumping” (prática de concorrência desleal que consiste na venda de produtos abaixo do preço do custo ou de mercado), o açambarcamento e a não facturação.
“O ‘dumping’ é crime, esse açambarcamento é crime. Você vai em qualquer empresa desses nossos irmãos não angolanos e eles não te dão factura, isso é prejudicial para a economia angolana”, assinalou o empresário, considerando que as micro, pequenas e médias empresas “estão a morrer”.
Para o líder da AIPPA, o país deve implementar “ordem e disciplina para combater a globalização” – que traz empresários que violam as leis da concorrência – para salvaguardar a sua economia: “Meus senhores, estou há 40 anos como líder associativo, nunca vi coisa igual”.
“Estamos a morrer, o Governo que nos acuda. As associações hoje não são tidas e nem achadas”, lamentou.
Gilberto Simão insistiu que o tecido empresarial angolano “está a ser dominado por monopólios, que ganham concursos públicos, monopolizam sectores, matando as micro, pequenas e médias empresas”.
Denúncias sobre concorrência desleal em Angola também foram apresentadas pelo presidente da Associação dos Industriais de Angola (AIA), José Severino, que pediu a “desburocratização” dos serviços da Administração Geral Tributária (AGT) visando alargar a base formal de contribuintes.
“Há sim muita concorrência desleal. E nessa concorrência desleal, (…) parece que se entende que o mercado informal é só as nossas queridas ‘zungueiras’ [vendedoras informais], e não é”, disse José Severino.
Segundo o líder da AIA, há vários sectores da economia em Angola que operam na informalidade, porque a AGT, na sua “preocupação de obter receitas para o equilíbrio orçamental, tem criado sistemas que obrigam que boa parte do mercado não se consiga inserir”.
C/VA
Notícias que você também pode gostar
A actuação da Polícia Nacional de Angola durante a marcha estudantil de Sábado continua a gerar forte indignação. Desta vez, a ONG Pro Bono Angola exige justiça e responsabilização pelas detenções e agressões a manifestantes e jornalistas que cobriam o protesto, considerado legítimo e pacífico.
Há 18 horas
Angola poderá enfrentar um período turbulento nas suas finanças públicas, com sérias dificuldades de acesso a financiamento externo no curto prazo. O alerta é do Fundo Monetário Internacional (FMI), que, ao apresentar o relatório económico sobre a África subsaariana, apontou o país como um dos mais vulneráveis às actuais mudanças no apetite de risco dos mercados globais.
Há 18 horas
O Banco de Comércio e Indústria (BCI) está no centro de uma «tempestade» regulatória após ter sido sancionado pelo Banco Nacional de Angola (BNA) com uma multa pecuniária devido a “falhas sérias” no cumprimento de procedimentos legais exigidos para o combate ao branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e proliferação de armas.
Há 22 horas
A Elsewedy Electric, um dos maiores grupos industriais do Egipto, anunciou a intensificação dos seus investimentos em Angola, com destaque para os sectores da energia e construção. O valor aplicado já ultrapassa um bilião de dólares, segundo revelou o director regional da empresa, Ahmed Amin, no âmbito da visita oficial do Presidente João Lourenço ao Egipto.
Há 23 horas
Um cidadão brasileiro de 21 anos foi detido pelas autoridades angolanas no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, por suspeita de tráfico internacional de droga.
Há 23 horas
A companhia aérea nacional TAAG anunciou a retoma dos voos entre Luanda e Lisboa, após a reposição da energia eléctrica no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, que causou o cancelamento de vários voos.
Há 1 dia
O Banco Sol prepara-se para enfrentar uma das mais profundas transformações da sua história. A instituição financeira vai cortar até 30% do seu quadro de pessoal e abrir as portas à entrada exclusiva de capitais privados, numa tentativa arrojada de evitar o colapso e regressar à rota da estabilidade, após anos de fragilidade financeira.
Há 1 dia
O Tribunal da Comarca de Luanda absolveu esta Segunda-feira os oito estudantes detidos no Sábado durante uma marcha pela melhoria da qualidade de ensino, devido a “falta de provas” do crime de que eram acusados, disse um responsável estudantil.
Há 1 dia
A actuação da Polícia Nacional de Angola durante a marcha estudantil de Sábado continua a gerar forte indignação. Desta vez, a ONG Pro Bono Angola exige justiça e responsabilização pelas detenções e agressões a manifestantes e jornalistas que cobriam o protesto, considerado legítimo e pacífico.
Há 18 horas
Angola poderá enfrentar um período turbulento nas suas finanças públicas, com sérias dificuldades de acesso a financiamento externo no curto prazo. O alerta é do Fundo Monetário Internacional (FMI), que, ao apresentar o relatório económico sobre a África subsaariana, apontou o país como um dos mais vulneráveis às actuais mudanças no apetite de risco dos mercados globais.
Há 18 horas
O Banco de Comércio e Indústria (BCI) está no centro de uma «tempestade» regulatória após ter sido sancionado pelo Banco Nacional de Angola (BNA) com uma multa pecuniária devido a “falhas sérias” no cumprimento de procedimentos legais exigidos para o combate ao branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e proliferação de armas.
Há 22 horas
A Elsewedy Electric, um dos maiores grupos industriais do Egipto, anunciou a intensificação dos seus investimentos em Angola, com destaque para os sectores da energia e construção. O valor aplicado já ultrapassa um bilião de dólares, segundo revelou o director regional da empresa, Ahmed Amin, no âmbito da visita oficial do Presidente João Lourenço ao Egipto.
Há 23 horas
Um cidadão brasileiro de 21 anos foi detido pelas autoridades angolanas no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, por suspeita de tráfico internacional de droga.
Há 23 horas
A companhia aérea nacional TAAG anunciou a retoma dos voos entre Luanda e Lisboa, após a reposição da energia eléctrica no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, que causou o cancelamento de vários voos.
Há 1 dia
O Banco Sol prepara-se para enfrentar uma das mais profundas transformações da sua história. A instituição financeira vai cortar até 30% do seu quadro de pessoal e abrir as portas à entrada exclusiva de capitais privados, numa tentativa arrojada de evitar o colapso e regressar à rota da estabilidade, após anos de fragilidade financeira.
Há 1 dia
O Tribunal da Comarca de Luanda absolveu esta Segunda-feira os oito estudantes detidos no Sábado durante uma marcha pela melhoria da qualidade de ensino, devido a “falta de provas” do crime de que eram acusados, disse um responsável estudantil.
Há 1 dia