Angolana Lucinda Cunha afirma que as mulheres também conseguem gerir fazendas de café
A presidente da Associação das Mulheres Empreendedoras de Amboim afirmou à Lusa que as mulheres também conseguem gerir uma fazenda de café e espera que isso sirva de exemplo para outras regiões angolanas.

Registro autoral da fotografia
A Delta The Coffee House Experience lançou esta Quarta-feira uma edição exclusiva – café Amboim –, um tributo ao café produzido por 12 mulheres em Angola, numa parceria com a Associação das Mulheres Empreendedoras de Amboim, na província do Cuanza Sul.
Esta foi a zona de Angola onde “o grupo Nabeiro escolheu mulheres que produzem café”, apontou Lucinda Cunha, que veio a Lisboa para o lançamento desta iniciativa.
Ao todo, são 12 mulheres angolanas, dos 25 aos 69 anos, responsáveis pelas respectivas fazendas de café.
“Faço parte dessas 12, tenho 69 anos, sou viúva vai fazer dois anos dia 19 deste mês”, com toda uma vida contada à volta do café, relatou Lucinda Cunha, com um sorriso orgulhoso do trajecto feito.
“Nós, que somos viúvas, temos as propriedades, temos que trabalhar, não vamos pensar que o homem só é que faz o trabalho, não”, sublinhou a presidente da associação.
“As mulheres também fazem trabalho, as mulheres também conseguem gerir uma fazenda de café”, asseverou, adiantando que no universo destas 12 produtoras de café estão jovens que acompanham a actividade “e que vão continuar a produção”.
Esta parceria com a Delta “é muita boa” e as mulheres envolvidas estão “muito felizes”, porque “houve afinal uma empresa multinacional que pensou” nelas, salientou.
Lucinda Cunha disse esperar que a experiência destas 12 mulheres cafeeiras sirva de exemplo para outras regiões angolanas.
“Vai servir, e muito, porque” vão ver “nas redes sociais e na televisão”, considerou.
Lucinda sempre trabalhou no café: “Fui funcionária do INCA, do tempo colonial em 1973, trabalhei 21 anos”.
“[Entretanto], acabaram com isso, transferiram-nos para as direcções provinciais do café, depois criaram as pequenas empresas no ramo do café”, prosseguiu.
“Quando houve redimensionamento, então dispensaram todas as pessoas e cada um nós que teve a felicidade de entrar no concurso das fazendas conseguiu”, entre os quais a própria, contou.
Sobre quantas horas passa a trabalhar no café, Lucinda Cunha sublinhou que é “todos dias”, mas é capaz de perder a conta: “Às vezes comemos de manhã e só voltamos a comer às 17h00”.
“[Até porque], quando estou na fazenda, não tenho chatices e o trabalho faz-se bem”, asseverou a presidente da Associação das Mulheres Empreendedoras de Amboim.
Agora, o objectivo destas 12 produtoras de café é aumentar um hectare a área de produção.
“[O projecto] que temos é fazer um hectare para vermos qual é rendimento que dá um hectare de café bem trabalhado”, disse, apontando que a qualidade do Amboim é robusta, o qual é “procurado em todo o mundo”.
Ao todo, “são três anos para ter café”, ou seja, no terceiro ano “já se começa a colher o fruto”, adiantou.
“[Esta] paixão do café já vem dos nossos familiares, dos nossos avós, dos nossos pais, só estamos a seguir” essa herança, salientou Lucinda Cunha.
Para a empreendedora e produtora, o café Amboim “é o melhor”.
E explicou porquê: “É natural, não leva nenhum produto, pelo menos o nosso café, não leva adubo, o nosso adubo é orgânico, o capim que cortamos é o que metemos nas plantas e também não temos muita praga nos nossos cafeeiros”.
Instada a deixar uma mensagem às mulheres, especialmente em Angola, afirmou: “Enveredem pelo café”.
“O café é a nossa bandeira, é a nossa identificação, no nosso município, pelo menos, porque foi criado o porto do Amboim por causa do café Gabela, temos que enveredar para isso, vamos nos esforçar e vamos conseguir”, rematou.
C/VA
PONTUAL, fonte credível de informação.
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