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Costa Júnior denuncia endividamento excessivo e apela a reformas urgentes na governação de Angola

Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA, criticou duramente a atual gestão económica de Angola, afirmando que a governação tem sido conduzida com base em “aquisições semanais ou quinzenais de novas dívidas”. As declarações foram feitas durante a apresentação da visão do partido sobre o estado da economia nacional, onde o político destacou a urgência de reformas estruturais para garantir estabilidade e desenvolvimento sustentável.

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Há 3 meses
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Segundo Costa Júnior, o país sobrevive graças a endividamentos contínuos, enquanto os recursos são canalizados para consumo em vez de criação de infraestrutura e crescimento económico. “Hoje o país vive amarrado a um enorme embondeiro chamado partido-Estado, que alimenta um modelo de governação insustentável. Angola podia ter um fundo soberano de centenas de biliões de dólares, mas tudo desapareceu devido à inexistência de instituições”, lamentou.

Falta de transparência e dependência do petróleo

Costa Júnior denunciou que entre 2002 e 2022, 544 mil milhões de dólares em receitas fiscais, sobretudo petrolíferas, foram mal geridos, deixando os angolanos a questionar o destino desses fundos. “O crescimento da receita tem sido equivalente ao crescimento da dívida. É inacreditável!”, criticou.

O líder da UNITA frisou que a dependência do petróleo é arriscada e que o país precisa urgentemente diversificar a sua economia. Além disso, apontou falhas graves na transparência, separação de poderes e liberdade de expressão, considerando esses fatores obstáculos ao progresso económico e social.

Orçamento para 2025: “Artificial e insustentável”

Costa Júnior classificou o Orçamento Geral do Estado para 2025 como “artificial”, criticando o aumento de 10 biliões de kwanzas no orçamento apenas para mascarar a dependência de 72% do serviço da dívida pública. “Há um buraco enorme que precisa ser enfrentado com coragem e vontade política. As soluções existem, mas falta vontade para implementá-las”, declarou.

Apelo às forças patrióticas e eleições de 2027

O líder da oposição lançou um apelo às forças patrióticas do país para se unirem na construção de uma Angola melhor. A UNITA compromete-se a liderar esta mudança nas eleições de 2027, apresentando-se como alternativa ao atual modelo de governação. “A mudança é urgente e inadiável. Convidamos todas as forças patrióticas a partilhar este desafio decisivo para o futuro de Angola”, concluiu Adalberto Costa Júnior.

Com uma retórica incisiva e baseada em dados, Costa Júnior reforça a necessidade de reformas profundas e um compromisso real com o desenvolvimento sustentável e inclusivo do país.

PONTUAL, fonte credível de informação.