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Chivukuvuku admite coligação em 2027, mas afasta fusão partidária

Abel Chivukuvuku traçou, esta Quinta-feira, em Luanda, a linha vermelha da sua estratégia para as eleições gerais de 2027: o PRA-JA Servir Angola admite alianças políticas, mas recusa qualquer tipo de fusão partidária.

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Há 23 horas
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 “Coligação, sim. Agregação, nunca!”, declarou com firmeza o recém-eleito presidente do partido, afastando rumores de uma possível saída da Frente Patriótica Unida (FPU).

O líder histórico, que assumiu formalmente as rédeas do PRA-JA no congresso constitutivo realizado na Segunda-feira, apresentou a nova formação como uma força “incontornável” no xadrez político nacional e afirmou, sem rodeios: “Queremos ser Governo ou parte dele em 2027”.

O congresso, segundo Chivukuvuku, serviu para reafirmar o caminho de autonomia política, ainda que sem fechar portas a negociações futuras. O dirigente recebeu da Comissão Política um duplo mandato: preparar o partido para disputar as eleições sozinho e, ao mesmo tempo, abrir espaço para entendimentos com outras forças políticas, “desde que num quadro de coligação e não de absorção”.

Recorde-se que, em 2022, quando ainda aguardava legalização, o PRA-JA integrou a Frente Patriótica Unida, plataforma coordenada pela UNITA e que também inclui o Bloco Democrático e figuras da sociedade civil. Desta concertação nasceram candidaturas conjuntas, com vários membros do PRA-JA a entrarem para a Assembleia Nacional nas listas da UNITA.

Mas os bastidores da FPU não foram pacíficos. Chivukuvuku não escondeu, durante o congresso, que há feridas por sarar: “Já sofremos muito com essa questão da FPU. As conversas futuras têm de ter regras claras”.

Apesar disso, rejeitou qualquer anúncio oficial de ruptura. “Ninguém falou de saída da FPU. Preparar-se para avançar sozinho não significa abandonar a plataforma”, sublinhou.

O líder do PRA-JA reafirmou que o partido tem um programa próprio, uma visão de governação e está pronto para assumir responsabilidades no executivo, sozinho ou em parceria. Relembrou, aliás, os precedentes históricos de governos pluripartidários em Angola, como os de 1997 e 1998, envolvendo MPLA, UNITA e FNLA, “sem crises institucionais”.

“Temos duas opções: concorrer sozinhos ou em concertação. E estamos prontos para ambas”, rematou.