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Autoridades reagem a distúrbios durante greve de taxistas em Luanda

O Governo Provincial de Luanda (GPL) manifestou, esta segunda-feira, “elevada preocupação” face aos distúrbios e actos de vandalismo registados em diversos pontos da capital, no âmbito da paralisação de taxistas convocada para os dias 28, 29 e 30 de Julho.

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Num comunicado oficial, o GPL denuncia que os incidentes ocorreram apesar do anúncio, no fim-de-semana, de um recuo por parte das principais associações e cooperativas de táxis, que teriam decidido suspender a greve na sequência de um diálogo com as autoridades. No entanto, o Governo aponta que “grupos de indivíduos não identificados e sem legitimidade representativa da classe” reapareceram nas ruas, promovendo actos de intimidação e violência.

As autoridades locais referem-se a agressões a viaturas em circulação, ataques a trabalhadores, destruição de bens públicos e privados e coacção a cidadãos, episódios que classificam como “criminosos” e alheios ao exercício legítimo do direito à manifestação.

Perante a gravidade dos acontecimentos, o GPL garante que as forças da ordem estão mobilizadas “no terreno” para garantir o restabelecimento da ordem pública e a segurança dos cidadãos. “A protecção da vida, da liberdade e da integridade física e patrimonial das pessoas constitui uma prioridade do Estado”, lê-se na nota.

O executivo provincial apela à serenidade dos munícipes, em particular dos profissionais do sector dos transportes, pedindo que evitem aderir a acções violentas e mantenham a confiança nas instituições. Paralelamente, foram abertas investigações para identificar os responsáveis e instigadores dos incidentes, que, segundo o GPL, serão responsabilizados judicialmente.

O pano de fundo da paralisação remonta ao recente aumento do preço do gasóleo, que passou de 300 para 400 kwanzas por litro, no quadro da retirada faseada do subsídio aos combustíveis. O reajuste motivou também o aumento das tarifas dos transportes públicos: os táxis colectivos passaram a cobrar 300 kwanzas e os autocarros urbanos 200 kwanzas.

As associações de taxistas alegam não ter sido ouvidas pelas autoridades durante mais de duas semanas após o reajuste e, por isso, avançaram com a paralisação como forma de protesto. No entanto, os protestos degeneraram em actos de vandalismo, com vídeos a circular nas redes sociais mostrando barricadas, pneus em chamas, paragens lotadas e ataques a lojas, algumas das quais encerraram temporariamente por razões de segurança.

A situação permanece volátil, com as autoridades a reforçarem a vigilância e a apelar ao civismo como condição indispensável para a estabilidade na capital.