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Afogamentos concentram quase metade da sinistralidade marítima em Angola em 2024

Em 2024, Angola registou 172 ocorrências de sinistralidade marítima, das quais 44 por cento corresponderam a casos de afogamento, segundo dados divulgados pelo Departamento de Segurança Marítima, Navegação e Pessoal do Mar, da Agência Marítima Nacional.

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Os números apontam ainda para 45 acidentes, 37 incidentes, dez naufrágios e quatro situações de poluição marítima. A capitania do Porto de Luanda concentrou 41 por cento das ocorrências, seguida pelas de Namibe (22%), Cabinda (15%), Lobito (14%) e Amboim (8%).

Em termos comparativos, o país registou uma redução global de 9% face a 2023, explicada sobretudo pela diminuição dos naufrágios. Ainda assim, os acidentes continuam a levantar preocupações, sobretudo no segmento da pesca artesanal, onde o mau tempo e a falta de manutenção das embarcações são apontados como causas recorrentes.

Um dos casos mais recentes ocorreu a 26 de Agosto, quando uma embarcação de pesca vinda do Lobito naufragou ao largo da comuna de Kikongo, no município do Sumbe (Cuanza Sul). A bordo seguiam 23 pescadores: 13 foram resgatados com vida e dez permanecem desaparecidos. O incidente está a ser investigado por equipas do Instituto Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes de Transportes (INIPAT) e da Agência Marítima Nacional.

Segundo o director nacional da Segurança Marítima, Miguel António, a maioria dos acidentes em embarcações artesanais resulta da exposição a condições meteorológicas adversas, agravada pelo facto de muitas excederem o limite de cinco milhas náuticas autorizado. “Depois desse ponto, os riscos aumentam significativamente e os recursos disponíveis para regressar em segurança, como o combustível, podem não ser suficientes”, alertou o responsável, sublinhando que algumas embarcações chegam mesmo a ser arrastadas pelas correntes até águas territoriais do Gabão.

As autoridades asseguram que prossegue um trabalho de sensibilização junto das comunidades piscatórias, incentivando os pescadores a respeitarem as restrições de navegação impostas em dias de mau tempo.