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Presidente da UA propõe frente global pela reparação de africanos e afrodescendentes

O Presidente da República e da União Africana (UA), João Lourenço, defendeu este domingo, em Adis Abeba, a criação de uma frente concertada entre África e a Comunidade das Caraíbas (CARICOM) em prol da justiça reparatória para africanos e afrodescendentes.

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Na abertura da II Cimeira UA-CARICOM, co-presidida pelo Primeiro-Ministro da Jamaica e actual presidente em exercício da organização caribenha, Andrew Holness, o chefe de Estado angolano afirmou que a reparação histórica é “uma causa de dimensão global e de valor inestimável”, essencial para a reafirmação da dignidade dos povos.

João Lourenço destacou a necessidade de recorrer a instrumentos já existentes, como o Mecanismo Afro-Caribenho de Justiça Reparatória e o Fundo Global de Reparação, para transformar reivindicações em medidas concretas. O líder africano sublinhou ainda que a coincidência da cimeira com a decisão da UA de consagrar 2025 ao tema da justiça reparatória confere especial simbolismo ao encontro.

Segundo o Presidente, o objectivo é criar bases sólidas para estratégias conjuntas, alinhamento de políticas e acções coordenadas nos planos político e jurídico. “Estas ferramentas podem servir de instrumentos facilitadores da colaboração entre a União Africana e a CARICOM”, afirmou.

A cimeira, que decorre sob o lema “Parceria transcontinental na busca de justiça para africanos e afrodescendentes através das reparações”, visa igualmente fortalecer a cooperação política, económica e cultural entre os dois blocos, apostando numa actuação concertada em fóruns internacionais e na afirmação de uma voz comum em torno de desafios globais como comércio, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.