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Surto de sarampo no Cuanza Sul ameaça saúde pública: MINSA ainda sem resposta

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta quarta-feira para a gravidade do surto de sarampo que afecta a província do Cuanza Sul, considerando-o uma séria ameaça à saúde pública em Angola. Crianças pequenas e jovens adultos estão entre os grupos mais vulneráveis, sendo a maioria dos casos registados em menores não vacinados.

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O hospital pediátrico do Sumbe encontra-se sob forte pressão, com uma média de oito novas admissões diárias e até 40 casos internados em simultâneo durante a última semana, segundo dados divulgados pela OMS Angola. Neste momento, 23 crianças continuam hospitalizadas com sintomas compatíveis com a doença.

Desde o início do surto, as autoridades sanitárias identificaram 264 casos suspeitos, distribuídos por 16 dos 24 municípios da província. Do total já analisado, 148 foram confirmados por ligação epidemiológica, 34 por teste laboratorial (incluindo dois com co-infecção por rubéola), nove resultaram em morte e 65 ainda aguardam confirmação.

A faixa etária mais atingida situa-se entre um e cinco anos, embora tenham sido identificados casos em bebés com apenas quatro meses e em adultos até aos 35 anos. Os dados revelam uma lacuna crítica na cobertura vacinal: 224 das crianças infectadas não estavam vacinadas. Entre as 40 que receberam imunização, apenas 11 completaram o esquema vacinal com as duas doses.

A OMS sublinha que o sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, cujas complicações podem incluir pneumonia, diarreia severa, encefalite e, em casos graves, a morte sobretudo em crianças pequenas e indivíduos não vacinados. Apesar de evitável por meio de uma vacina segura e eficaz, o sarampo mantém-se uma ameaça em regiões com baixa taxa de cobertura vacinal.

As autoridades de saúde, com o apoio da OMS, estão a intensificar a vigilância epidemiológica e a resposta local, incluindo acções de sensibilização e reforço das campanhas de vacinação, na tentativa de travar a propagação do vírus e evitar mais vítimas.