Relações Angola/Portugal são estáveis mas é preciso melhorar questão da mobilidade, diz analista
O analista político Osvaldo Mboco considerou as relações entre Angola e Portugal “normais e estáveis”, mas podem melhorar sobretudo na questão da mobilidade, porque os angolanos têm “muitas dificuldades” para se deslocarem para o território português.

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Osvaldo Mboco, que falava à Lusa a propósito da visita que o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, realiza a Angola, de Terça a Quinta-feira, disse que a estabilidade das relações se destaca pelo número de contactos diplomáticos existentes entre os dois Estados, com visitas mútuas dos chefes das diplomacias dos dois países e as relações entre os dois chefes de Estado.
“Estes contactos diplomáticos nos dão a ideia que as relações conhecem um momento de estabilidade e um bom momento neste período”, frisou, realçando igualmente o volume de negócio que se regista dentro do quadro da balança de pagamento entre os dois Estados.
Portugal é um dos maiores exportadores para Angola e também um dos maiores investidores, bastando olhar “para o número de empresas portuguesas que existem em Angola, quer de capital misto e não só”, enfatizou o especialista em relações internacionais.
Para Osvaldo Mboco, pode melhorar a questão da mobilidade, “porque os angolanos têm muitas dificuldades em se deslocarem para Portugal”, um destino privilegiado para muitos angolanos ao nível da Europa.
“Há de facto alguma dificuldade para o acesso aos vistos. Numa altura em que Angola isentou aproximadamente 90 países, um desses países é Portugal”, sublinhou.
Apesar de Portugal ter compromissos a nível do espaço Schengen e de o visto da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) ter vindo facilitar uma série de procedimentos, o académico insistiu que “a questão da mobilidade podia estar melhor resolvida, porque há muita reclamação por parte de muitos angolanos”.
O especialista frisou que as dificuldades para se obter visto fazem com que os angolanos muitas vezes tenham de “procurar esquemas” e salientou que melhorar a mobilidade pode ajudar no estreitamento das relações entre os povos, do ponto de vista cultural, social, académico e científico.
Segundo Osvaldo Mboco, é preciso igualmente um melhor tratamento e segurança para os angolanos que emigraram para Portugal, muitas vezes sujeitos a “discriminações” e a uma “sonegação por parte das autoridades portuguesas sobre esta matéria”, ao passo que os portugueses são tratados pelos angolanos “de forma muito educada, simpática”.
A nível da cooperação económica, o académico considerou que as empresas portuguesas deveriam alargar os seus investimentos a outras áreas, que “não simplesmente no sector das bebidas, banca, assessoria”, mas também na agricultura, por exemplo.
A proximidade de Angola a outros parceiros internacionais, como a China, Rússia e Estados Unidos da América (EUA), não interfere em nada nas relações entre os dois Estados, porque “Angola é um país em que há espaço para cooperar e desenvolver actividades comerciais e parcerias com vários Estados”, atendendo ao facto de que o seu desenvolvimento, quer económico quer social, ainda está em fase de crescimento, disse Osvaldo Mboco.
De acordo com o analista, Portugal deveria abrir a perspectiva de um maior intercâmbio cultural e académico com as instituições do Estado angolano e poderia também “usar como trunfo” ser a porta de entrada dos produtos angolanos na Europa, ajudando Angola a garantir os necessários padrões de qualidade de produção.
Questionado se os processos judiciais a correrem em Portugal que envolvem cidadãos angolanos podem criar um novo irritante nas relações entre os dois países, o analista disse acreditar que sim, se o Estado angolano notar que os seus interesses estão a ser postos em causa.
“Pode também [criar novo irritante], se o Estado angolano analisar que os seus concidadãos não estão a ter um tratamento justo. É importante sublinhar que os acordos do ponto de vista judiciais entre Portugal e Angola devem funcionar no sentido de existir maior colaboração nos aspectos judiciais e acompanhamento dos casos por parte do Estado, para que depois não se levante alguma dúvida sobre a lisura e a transparência do caso”, afirmou.
C/VA
PONTUAL, fonte credível de informação.
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