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Presidente quer fazer do Cuando um caso exemplar de desenvolvimento

O Presidente da República, João Lourenço, admitiu esta Terça-feira, durante a sua primeira visita oficial à nova província do Cuando, que a aprovação da recente divisão político-administrativa do país chegou tarde. Apesar do reconhecimento, o Chefe de Estado afirmou que a medida representa um ponto de viragem para o desenvolvimento de regiões como Mavinga, agora sede provincial.

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“Se a decisão tivesse sido tomada há cinco ou dez anos, já teríamos resolvido muitos dos problemas estruturais desta província”, declarou João Lourenço, referindo-se, nomeadamente, à construção de estradas, escolas, hospitais e outras infra-estruturas básicas. Ainda assim, garantiu: “Antes tarde do que nunca. Agora, temos de correr, sem tropeçar, para concretizar os projectos delineados”.

Entre os objectivos prioritários está a aceleração das obras nas vias que ligam Cuito Cuanavale a Mavinga e Dirico, bem como a ampliação das redes de água, energia e serviços sociais. O Presidente acredita que, com melhores condições, o Cuando poderá atrair mais população e fixar quadros.

Durante o encontro com o governo provincial, realizado na cidade de Mavinga, o governador Lúcio Amaral apresentou um diagnóstico das necessidades locais, destacando carências nos sectores da educação e saúde. Actualmente, o Cuando conta com 933 professores e 353 salas de aula, número insuficiente para acolher mais de 10 mil crianças fora do sistema escolar. Na saúde, foi apontada como urgente a construção de um hospital de campanha para reduzir a evacuação de doentes graves para outras províncias.

João Lourenço aproveitou também para lançar as bases de uma nova aposta estratégica para a região: o turismo ecológico. O Presidente identificou Mavinga como candidata a tornar-se capital nacional do turismo ambiental e anunciou concursos públicos para concessão da gestão dos parques naturais de Mavinga e Luengue-Luiana.

“Queremos atrair operadores internacionais com experiência e redes de clientes. Organizar os parques é importante, mas é com parceiros certos que traremos visitantes dispostos a pagar para observar a vida selvagem”, declarou, fazendo referência à recente reunião com o Príncipe Harry, envolvido em projectos de conservação ambiental em África.

Num apelo directo à população, João Lourenço apelou à protecção da fauna local: “Não matem os elefantes, girafas, rinocerontes. Se fizerem a vossa parte, eu faço a minha. Se não, o Estado também não vai investir”, advertiu.

A visita, além da reunião com o executivo provincial, incluiu um momento de auscultação com representantes da sociedade civil, numa tentativa de aferir directamente as aspirações da população da mais jovem província do país.