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Petrolífera francesa avança com nova fase de exploração ao largo de Angola

FPSO Begónia entra em operação com potencial de 30 mil barris diários e aposta na inovação entre blocos petrolíferos

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Há 1 semana
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A TotalEnergies anunciou esta quarta-feira o arranque da produção de petróleo na unidade flutuante Begónia, um projecto integrado no Bloco 17/06, ao largo da província do Zaire. A infraestrutura, desenvolvida em parceria com outras operadoras, deverá acrescentar cerca de 30 mil barris por dia à produção existente na unidade FPSO Pazflor, representando um investimento de 850 milhões de dólares.

A exploração decorre a cerca de 150 quilómetros da costa angolana e marca, segundo a concessionária nacional ANPG, o primeiro desenvolvimento submarino entre blocos em Angola — uma inovação que liga cinco poços do Bloco 17/06 às infraestruturas do Bloco 17, já em operação.

“A interligação entre blocos é um marco técnico e contratual relevante para o sector petrolífero nacional”, sublinhou Paulino Jerónimo, presidente da ANPG, destacando ainda o forte envolvimento local: “O projecto mobilizou 1,3 milhões de horas de trabalho, 70% das quais realizadas em Angola, especialmente na base logística da SONILS”.

Operado pela TotalEnergies, que detém 30% do Bloco 17/06, o projecto conta ainda com a participação da Sonangol EP (30%), SSI (27,5%), ETU Energias (7,5%) e Falcon Oil (5%). Já no Bloco 17, operado pela mesma petrolífera francesa (38%), participam a Equinor (22,16%), ExxonMobil (19%), Azule Energy (15,84%) e Sonangol E&P (5%).

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, considerou o projecto “crucial para manter os níveis de produção do país”, destacando a importância da eficiência e da reutilização de activos existentes no actual contexto energético global.

Martin Deffontaines, director-geral da TotalEnergies em Angola, destacou a relevância estratégica do Begónia ao permitir “a produção de petróleo com baixos custos operacionais e menores emissões”, em consonância com a política ambiental da empresa.

Além do Begónia, a petrolífera avançou também com o início de produção do projecto CLOV fase 3, igualmente localizado no Bloco 17. Tal como o Begónia, este novo desenvolvimento integra cinco poços submarinos ligados a um FPSO existente, demonstrando a aposta da TotalEnergies em soluções padronizadas e eficientes.

Ambos os projectos reforçam a posição de Angola no panorama energético africano, combinando inovação tecnológica, cooperação entre operadores e contenção de custos operacionais com metas ambientais mais ambiciosas.