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Escândalo no Zaire: Militares e agentes do SME facilitam entrada ilegal de imigrantes

Um esquema de tráfico de imigrantes ilegais foi desmantelado pelas autoridades na província do Zaire, envolvendo efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA) e funcionários do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME).

Registro autoral da fotografia

Há 3 semanas
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De acordo com declarações do porta-voz do Comando Provincial da Polícia Nacional no Zaire, intendente Luís Bernardo, os suspeitos foram apanhados em flagrante a facilitar a entrada clandestina de cidadãos da vizinha República Democrática do Congo (RDC), tendo como destino final a cidade de Luanda. A rede criminosa operava a partir do Posto de Contenção sobre o rio Mpozo, em Mbanza Kongo, e estendia-se até ao município do Kuimba.

Durante a operação de intercepção, foram detidos 20 imigrantes ilegais, todos oriundos da RDC, que tentavam cruzar a fronteira por meios ilícitos, alegadamente com o apoio de militares angolanos e funcionários do SME. O plano envolvia a passagem discreta dos estrangeiros através de trilhos alternativos, longe dos olhos da fiscalização legal.

Mais detenções noutra frente

Noutra frente da mesma batalha contra o tráfico de pessoas, a Polícia de Guarda Fronteira (PGF) travou, também na província do Zaire, outros oito imigrantes ilegais, igualmente provenientes da RDC. Esta acção decorreu nos postos fronteiriços do Luvo e do Kuimba, reforçando a suspeita de que uma vasta rede de facilitação ilegal opera nas zonas fronteiriças do norte do país.

Fontes próximas às investigações admitem que o caso possa ter ramificações mais profundas, apontando para a existência de uma rede organizada com cúmplices ao mais alto nível. A gravidade do escândalo deixou a população em estado de choque, sobretudo pelo envolvimento de elementos que juraram proteger a soberania nacional.

Traição à pátria?

O envolvimento de membros das FAA e do SME neste tipo de crime é visto como uma verdadeira traição à pátria, numa altura em que Angola reforça o seu compromisso com a legalidade, a segurança nacional e o controlo das suas fronteiras. A Polícia Nacional garante que as investigações prosseguem e promete mão firme contra os infractores, independentemente da patente ou do cargo que ocupem.