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Autárquicas são chave para consolidar a democracia, diz diplomata norte-americano

O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Angola, James Story, considerou que a realização das eleições autárquicas constitui um passo crucial para o aprofundamento da democracia no país, destacando ainda o papel decisivo da sociedade civil nesse processo.

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Em entrevista concedida à agência Lusa, dias antes de deixar Luanda, o diplomata sublinhou que as autarquias permitirão aproximar os cidadãos dos seus representantes e reforçar a legitimidade democrática em todos os níveis. “Todos reconhecem a importância das autarquias. É um avanço necessário para a democracia angolana”, afirmou.

James Story recordou que o tema foi abordado entre o ex-Presidente norte-americano Joe Biden e o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, durante a visita de alto nível realizada em Dezembro de 2024, tendo ambos defendido a relevância da ligação directa entre eleitos e eleitores.

O MPLA reafirmou, em Fevereiro, que a realização das eleições autárquicas está inscrita na sua agenda política para 2025, e apelou à conclusão do pacote legislativo que sustenta o processo. A UNITA, por sua vez, recorreu ao Tribunal Constitucional com uma acção de fiscalização de omissão inconstitucional, denunciando a falta de concretização da promessa feita há mais de uma década.

O diplomata norte-americano elogiou também os esforços do Executivo angolano no combate à corrupção, classificando o desafio como profundamente político. “Tanto o Governo como os investidores norte-americanos acompanham de perto a forma como Angola enfrenta este problema, que afecta directamente o clima de negócios”, referiu.

Sobre o papel regional de Angola, James Story destacou a liderança do Presidente João Lourenço na mediação de conflitos no continente africano. “O Presidente tem assumido uma postura activa e respeitada nos processos de paz dentro e fora do país”, enalteceu.

Relativamente às eleições gerais previstas para 2027, minimizou o risco de instabilidade, rejeitando comparações com os episódios pós-eleitorais registados em Moçambique. “São contextos distintos, com histórias políticas diferentes”, observou.

Por fim, reforçou o apoio dos EUA à sociedade civil angolana, que classificou como um pilar essencial da democracia. “É fundamental garantir que a sua voz seja ouvida. Continuaremos a apoiar a participação cidadã e o pluralismo político”, concluiu.

C/VA