Angola quer emitir até dois mil milhões de dólares este ano sem programa do FMI
O governo quer emitir dívida num montante até dois mil milhões de dólares este ano, e não deverá precisar de um programa financeiro do FMI, disse o ministro de Estado para a Coordenação Económica.

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“Este ano, vamos aos mercados emitir Eurobonds (títulos de dívida em moeda estrangeira)”, revelou José de Lima Massano em entrevista à agência de informação financeira Bloomberg em Davos, onde decorre o Fórum Económico Mundial, dizendo que “não será diferente” do que já fez antes.
“Mil milhões de dólares”, disse, mas admitindo que “pode chegar a dois mil milhões de dólares”.
O segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana vai apresentar a proposta aos investidores este trimestre, acrescentou o antigo governador do banco central, salientando que a emissão de dívida vai depender das condições de mercado.
Os preços e as maturidades das emissões são “críticos, para não haver pressão adicional sobre a dívida pública”, disse Massano, acrescentando: “Só espero que a inflação continue na trajectória descendente para podermos ter mais acesso aos fundos”.
Só em Novembro, Angola terá de pagar 864 milhões de dólares em dívida, um exemplo do fardo da dívida que terá de enfrentar este ano e o próximo ano.
Angola é um dos países africanos que gasta mais dinheiro a pagar juros da dívida do que a investir na educação e saúde, diz o Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA).
“Em várias das maiores e mais populosas economias de África, incluindo Angola, Egipto, Gana, Nigéria e Uganda, os pagamentos de juros da dívida excederam o total de despesas em educação e saúde nos últimos anos, mostrando as difíceis escolhas políticas que os governos enfrentam”, lê-se no relatório sobre a Situação e Perspectivas Económicas para 2025, divulgado pelas Nações Unidas no princípio deste mês.
Alguns destes países, incluindo Angola, têm de gastar mais de 25 por cento da sua receita para servir os juros da dívida, lê-se no relatório, divulgado na mesma altura em que uma análise da Organização Não-Governamental Debt Justice aponta Angola como o país do mundo em que uma maior percentagem da receita (66 por cento) é usada para pagamento de dívida.
Angola vai ter de pagar 6,2 mil milhões de dólares em 2025, representando 5,2 por cento do PIB, e 5,4 mil milhões de dólares em 2026, representando 4,2 por cento do PIB, o que compara com os 5,4 mil milhões de dólares pagos em 2024, diz a Fitch Ratings numa análise recente à economia angolana, apresentando estes valores como o total de dívida que será paga nestes anos, que inclui os juros e os pagamentos na maturidade dos empréstimos.
Em Dezembro, Angola assinou com o banco de investimento JPMorgan Chase acordos no valor de mil milhões de dólares, que servirão para financiar o orçamento deste ano, incluindo projectos de infra-estruturas para aumentar o fornecimento de água, electricidade e hospitais, disse Lima Massano.
Na entrevista à Bloomberg, reconheceu que o país enfrenta dificuldades no âmbito dos pagamentos de dívida, mas salientou que o rácio da dívida sobre o PIB caiu para 60 por cento a 65 por cento.
“Estamos a tentar ao máximo alargar as maturidades”, disse o ministro, acrescentando que apesar de o país estar a seguir as directrizes do Fundo Monetário Internacional (FMI) relativamente à gestão dos recursos, não vai precisar de outro programa de financiamento.
O ministro recordou que a economia de Angola cresceu “ligeiramente acima de 4 por cento” no ano passado, valor igual ao previsto para este ano, alicerçado nos sectores fora do petróleo e no programa de privatizações.
C/VA
PONTUAL, fonte credível de informação.
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