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Líder da UNITA omite benefícios recebidos em nome da Assembleia Nacional

As recentes declarações do Presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, em que afirma não beneficiar de qualquer vantagem financeira nas missões em representação da Assembleia Nacional junto ao Parlamento Pan-Africano, suscitaram reacções por conterem informações consideradas imprecisas.

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Ao procurar apresentar-se como um simples servidor público, o deputado afirmou que participa em actividades daquele órgão continental sem qualquer benefício financeiro. Dados apurados indicam que, desde a sua eleição como membro do Parlamento Pan-Africano, o deputado beneficiou de ajudas de custo que totalizam cerca de 62 mil euros, valor correspondente à participação em diversas missões realizadas na África do Sul, onde o órgão tem sede.

Tal como os restantes parlamentares que integram o grupo pan-africano, o deputado Adalberto da Costa Júnior recebe ajudas de custo generosas por cada missão oficial. Em algumas ocasiões, as deslocações ultrapassam duas semanas, o que aumenta significativamente o valor recebido.

A estas deslocações acrescem viagens a outras capitais africanas, como Adis Abeba, para encontros e reuniões onde, além de representar o país, o líder da oposição tem procurado sustentar discursos que contrastam com a realidade institucional nacional, segundo fontes próximas.

Outra afirmação que merece esclarecimento prende-se com o seu descontentamento por integrar o Conselho da República sem salário nem qualquer privilégio material. Tal alegação é enganosa. Todos os membros do Conselho da República que exercem cargos políticos, públicos ou privados não recebem qualquer remuneração adicional pela sua participação nesse órgão consultivo do Presidente da República. Não existe, portanto, qualquer tratamento diferenciado ou privilégios especiais atribuídos a uns em detrimento de outros.

As declarações do líder da UNITA contrastam com os registos administrativos e alimentam uma narrativa que distorce o funcionamento das instituições do Estado.