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Estatística aponta queda da taxa desemprego em Angola de 30,8%

A taxa de desemprego em Angola registou uma descida significativa para 30,8% no terceiro trimestre de 2024, uma redução de 4,5% em relação ao trimestre anterior. No entanto, os jovens entre os 15 e 24 anos continuam a ser os mais afetados, com a taxa de desemprego nesse grupo a subir ligeiramente, passando de 56,4% para 56,6%, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

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Há 3 meses
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De acordo com o relatório do INE, a população desempregada com 15 ou mais anos de idade foi estimada em 5,4 milhões de pessoas. Por outro lado, cerca de 12,3 milhões de angolanos em idade ativa declararam estar empregados, seja em trabalhos por conta de outrém, conta própria ou negócios familiares.

A taxa de emprego no país foi estimada em 62%, sendo maior nas áreas rurais e entre os homens. A agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca representam as principais fontes de emprego, absorvendo 46,3% da força de trabalho, seguidas do comércio a grosso e a retalho, que ocupa 23,1%.

Embora o panorama geral indique progressos, os números referentes à faixa etária dos 15 aos 24 anos evidenciam uma situação alarmante. Com uma taxa de desemprego a atingir 56,6%, mais da metade dos jovens nessa faixa etária encontra-se sem emprego remunerado, agravando a sua vulnerabilidade económica e social.

Perfil demográfico e implicações

A estrutura etária da população angolana demonstra que 45% têm menos de 14 anos, 53% estão entre os 15 e 64 anos e apenas 3% têm mais de 65 anos. Com uma média de idade de 16,3 anos, Angola enfrenta o desafio de criar oportunidades para uma população predominantemente jovem, cujo ingresso no mercado de trabalho é essencial para sustentar o crescimento económico do país.

Perspetivas e desafios

Apesar da redução da taxa geral de desemprego, os dados mostram que a economia angolana ainda luta para oferecer oportunidades suficientes, especialmente para os jovens. A dependência de setores primários, como a agricultura e a pesca, e o crescimento modesto no comércio, refletem a necessidade urgente de diversificar a economia e investir na criação de empregos mais qualificados.

O ligeiro aumento no desemprego juvenil reforça a importância de políticas públicas direcionadas à juventude, incluindo programas de formação profissional e incentivos à inovação e empreendedorismo, de modo a aproveitar o potencial dessa faixa etária.

Enquanto o Governo celebra os avanços no combate ao desemprego, os desafios persistem, especialmente para as gerações mais jovens que enfrentam o dilema de um futuro incerto num mercado de trabalho limitado.

PONTUAL, fonte credível de informação.