Crise no fornecimento de água em Luanda e Icolo e Bengo denuncia negligência e agrava surto de cólera
A escassez de água potável em Luanda e Icolo e Bengo atingiu níveis alarmantes, com milhares de habitantes a sofrerem restrições prolongadas e água de qualidade duvidosa a sair das torneiras. A empresa EPAL, responsável pela gestão dos sistemas de tratamento e distribuição, justificou a situação com avarias nos sistemas, mas as soluções prometidas parecem estar longe de resolver os problemas estruturais que atormentam as duas províncias.

Registro autoral da fotografia
Clientes das áreas mais críticas, como o Cazenga e a baixa de Luanda, reportam reduções drásticas no abastecimento, que chegam a 50% em alguns bairros. O administrador da EPAL, Kelson Domingos, admitiu à Rádio Nacional de Angola que as restrições deverão persistir por mais sete a 15 dias, prometendo “trabalhar rapidamente” para responder às solicitações. Contudo, as palavras de Domingos pouco aliviam a indignação de quem enfrenta torneiras secas e água inquinada em pleno surto de cólera.
A situação é ainda mais crítica nos sistemas menores, cujas tecnologias ultrapassadas não conseguem tratar adequadamente a água bruta quando esta se apresenta degradada, levando à produção insuficiente para atender à demanda. A falta de manutenção e investimentos adequados tem agravado as condições de saneamento, contribuindo para a proliferação de doenças.
O surto de cólera declarado a 7 de Janeiro já infectou 383 pessoas e provocou 22 mortes. A doença, amplamente associada à falta de saneamento e ao abastecimento deficiente, surge como um reflexo direto da negligência nas políticas públicas de gestão de recursos hídricos.
A EPAL alega que medidas de reforço estão a ser implementadas para controlar a qualidade da água e que iniciativas no âmbito de novos projectos estão em curso para eliminar as interrupções, mas os moradores afetados questionam a eficácia dessas ações. A promessa de soluções “rápidas” esbarra na realidade de uma infraestrutura visivelmente incapaz de atender às necessidades básicas da população.
Enquanto isso, famílias inteiras enfrentam o dilema entre consumir água contaminada ou pagar preços exorbitantes por fontes alternativas. O impacto da crise é particularmente devastador em comunidades mais vulneráveis, onde a falta de água potável agrava os riscos de saúde e ameaça a dignidade humana.
A crise do abastecimento de água em Angola vai além das avarias técnicas. É um sintoma de um sistema negligenciado, que coloca em risco a vida de milhões de cidadãos. Entre promessas de melhorias e a dura realidade, a população continua a sofrer com as consequências de uma gestão aquém das expectativas.
PONTUAL, fonte credível de informação.
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