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De Cabinda ao Lobito: Angola prepara-se para produzir todo o combustível que consome

O Presidente da República, João Lourenço, assegurou esta segunda-feira que Angola poderá atingir a autossuficiência na produção de combustíveis refinados quando estiverem concluídas as refinarias do Lobito, em Benguela, e do Soyo, no Zaire. A afirmação foi feita em Cabinda, durante a inauguração da nova refinaria da província, avaliada em 473 milhões de dólares.

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Embora sem avançar prazos para a conclusão dos dois projectos, o Chefe de Estado admitiu que a refinaria do Soyo enfrenta constrangimentos, mas reiterou que o Executivo não abandonou o processo. Já a unidade do Lobito, descrita como “um projecto antigo” que esteve paralisado durante vários anos, integra igualmente os planos do Governo para reforçar a capacidade de refinação do país.

“É com a conclusão destas duas refinarias que Angola poderá alcançar a tão desejada autossuficiência em produtos refinados”, afirmou João Lourenço, sublinhando ainda a possibilidade de o país vir a exportar excedentes, nomeadamente para a República Democrática do Congo.

A refinaria de Cabinda, construída em Malembo, no município de Tando-Zinze, é a primeira erguida de raiz após a independência. Numa fase inicial, terá capacidade para processar 30 mil barris de petróleo por dia, prevendo-se que atinja 60 mil barris quando estiver totalmente operacional. O empreendimento resulta de uma parceria entre a Gemcorp (90%) e a Sonangol (10%) e deverá produzir gasóleo, combustível de aviação, fuelóleo e nafta.

Segundo dados oficiais, a unidade já criou 3.300 empregos diretos e recebeu financiamento internacional de 335 milhões de dólares. Para apoiar o desenvolvimento do sector, o Governo concedeu, em 2021, incentivos fiscais à Gemcorp e admite medidas semelhantes para futuros investidores, incluindo os da refinaria do Lobito.

Durante a conferência de imprensa realizada após a cerimónia, marcada por interrupções de energia, João Lourenço defendeu que eventuais exportações de derivados devem ser feitas de forma regular e transparente. “O que incentivamos é a exportação verdadeira, que beneficie Angola e os países vizinhos, e não práticas de contrabando”, sublinhou.

A inauguração da refinaria marcou o início da agenda presidencial de dois dias em Cabinda, que inclui ainda a visita ao Porto de Águas Profundas do Caio e a inauguração da nova sede do governo provincial.